PSICOLOGIA

Os Filhos...
São heranças da parte do Senhor... Eis aí a segurança e conforto que temos em relação a eles. Mas, como herança precisamos guardá-los e zelar por eles. Nossos filhos passam por três fases...:

  1. Quando nascem é um encanto. É o filho mais lindo do mundo. Nos alegramos. Preparamos tudo para que nascessem no mais absoluto conforto e segurança. Horas sem sono! Nos levantamos à noite para ver como está, se está agasalhado, se está dormindo. Sob qualquer choro, nos despertamos e vamos até o berço para ver como está. Quando adoece, adoecemos juntos. Quando aos quatro anos vai para a escola, sofremos também... Acompanhamos cada passo. Tiramos fotos de cada momento. No dia das crianças, natal e aniversário, procuramos sempre dar do melhor. É uma fase linda, mas laboriosa. O filho é tudo pra nós. Escolhemos as melhores roupas. Procuramos ao máximo poupá-los de qualquer sofrimento.
  2. Rompem-se os laços simbióticos. Agora já não escolhemos as suas roupas. Eles mesmos escolhem. Começa a fase da "expectativa da angustia" tanto deles quanto de nós. De repente - a afronta. Não aceitam nossas opiniões. Acham que sabem tudo. Queremos orienta-los, mas parece que o que pensamos não vale muito. Ficamos preocupados. Com quem estão? O que são seus amigos? Começam a sair com os amigos; as festas, as baladas, etc. Começa a vida de namoro... E agora? O que fazer?
  3. Quando rompem com a adolescência, os conflitos parecem não ter fim, pois, eles já fizeram a escolha e não podemos opinar. O pior nessa fase é quando eles fazem escolhas que segundo a nossa ótica não são escolhas adequadas. De repente começam namorar pra noivar e casar, e agora é o risco. O grande risco... Será que a escolha vai agregar ou subtrair? De repente nossos filhos escolhem... E aquilo que poderia somar, subtrai. E todo a formação e cuidado ao longo das duas fases anteriores parecem sucumbir quando eles enveredam para formar uma nova família. Muitos ao fazer isso abandonam os pais. Mas, abandonam mesmo. E aquilo que foi criado com zelo e carinho mergulha no sentimento eros com a pessoa amada, e os pais parecem não ter mais importância.
Obs. O modelo de família acima descrito corresponde a tipo de família que pode-se chamar de família compensada. Esta segue a estrutura acima. As famílias descompensadas são diferentes.
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O que é "Aconselhamento Pastoral".

Antes de definir é preciso que nós saibamos o que não é "aconselhamento pastoral". Aconselhamento pastoral não é uma conversa que o pastor tem com o membro de sua igreja, no seu gabinete. Nem tão pouco uma oração, ou uma direção ou uma palavra do pastor. Não é também um discipulado. Pra termos uma ideia melhor é preciso começar definindo as atribuições do pastor. A relação do pastor com o membro de sua igreja é uma "relação de ajuda". Além de pregador da palavra de Deus e de fazer de cada crente um discípulo de Jesus, o pastor atua como uma fonte de ajuda para todo aquele que na sua concepção se esgotou de seus recursos e aí procura ajuda com o seu pastor. Eu procuro dizer o seguinte no que diz respeito às atribuições pastorais: O Pastor prega a Palavra de Deus aos incrédulos.  Se o  ouvinte aceita a palavra, o pastor vai trabalhar no sentido de fazê-lo discípulo de Cristo. No terceiro momento o pastor trata das feridas da alma desse discípulo, e aí que a "relação de ajuda" aparece. Em síntese:

a) Kerígma (anuncio da palavra)
b) Discipulado (o ensino da palavra)
c) Cura da Alma (cura das feridas por meio da palavra tendo como ferramenta o  aconselhamento). 

Considerando que, é uma relação de ajuda o "agente pastoral" deve estar habilitado para dar conta dessa relação. O curso teológico é ineficaz para esse tipo de relação; é preciso um preparo acadêmico, ético, psicológico e teológico. Por isso podemos então definir o "aconselhamento pastoral" como uma ferramenta que o pastor ou agente pastoral se utiliza na sua relação de ajuda, tendo como referencial a Bíblia. Portanto, considerando tal relação, essa ferramenta de trabalho, foi cada vez se aprimorando, nos EUA e aqui no Brasil, ao ponto de torná-lo mais sistemático e organizado. Portanto, trata-se de uma "técnica" de atuação visando o bem estar emocional e espiritual de quem precisa de orientação. Geralmente, quando uma pessoa procura o seu pastor para um aconselhamento, é porque seus recursos internos se esgotaram, então esta pessoa inconscientemente delega ao seu pastor a responsabilidade para dar conta. Aí o pastor pode fazer uso da "ferramenta" do aconselhamento. Vamos à sua sistemática: 

1) O que é essa ferramenta: Aconselhamento é uma técnica de atuação no exercício pastoral para lidar com alguma demanda trazida por aquele que julga precisar de ajuda.  Considerando sua "técnica" o aconselhamento é feito em 12 encontros que chamamos de "sessão de aconselhamento". Podemos dividir esses doze encontros em: a) Primeiro encontro: a pessoa procura a ajuda. Segundo encontro - a entrevista de ajuda para se eleger o foco do problema. A partir do terceiro encontro começa a aplicação  da técnica. 

2) Formação.  Quanto a formação é feita na condição stricto senso. É um curso de pós-graduação que prepara o pastor no qual após cumprido as cargas e estágios horários, receberá o título de especialista em aconselhamento pastoral. No entanto, esse curso pode ser administrado para qualquer pessoa que já esteja atuando no aconselhamento sem uma formação teológica. A formação compreende um curso de 1 ano e que obedece a seguinte grade curricular:

a) Introdução as Sagradas Escritura. (Uma visão geral da Bíblia).
b) Hermenêutica Bíblica. (O agente pastoral vai se utilizar da Bíblia no aconselhamento, por isso a matéria para saber como interpretar os textos sagrados.).
c) Psicologia Psicodinâmica (O agente pastoral precisa conhecer as principais escolas de psicologia).
d) O Aconselhamento Pastoral I (Apenas a Teoria).
e) O Aconselhamento Pastoral II (A Prática) 
f) Ética Pastoral (Uma visão da postura ética pastoral sobre diversos assuntos)
g)  Psicologia do Desenvolvimento (Uma visão do desenvolvimento humano: criança, adolescente e vida adulta)
h) A Família Segundo a Bíblia.
i) Disfunção Sexual.
j) Psicopatologia para Pastores. (Um visão geral sobre doenças mentais).
l) Teologia do Antigo Testamento. 
m) Teologia Prática: (discipulado, oração, fé e adoração).
n) TCC . O aluno no final do curso deverá apresentar o TCC - um estudo de caso).

Obs: Este curso faz parte da Tese do meu Mestrado em Teologia. Se os leitores tiverem interesse estaremos ministrando esse curso  a partir de março 2012. Informações: (11) 26015165 e (11) 8421-1740. 

(Antonio José Cantarelli Pinto - CRP 06/50013-9 - Atende pastores e família de pastores na Convenção Batista Nacional toda sexta-feira - (11) 84211740)
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"Sombra" e "Persona"

Jung foi o psicólogo que, nas suas pesquisas se propôs a entender a dinâmica da personalidade na sua totalidade. Se deu conta que o homem age de modo diferente em situações as mais diversas. Mas, o que lhe chamou sua atenção foi o movimento da personalidade no que diz respeito ao seu papel social. Socialmente o homem obedece alguns padrões e se comporta de acordo com o padrão cultural da sua sociedade, mas este comportamento nem sempre é o que ele de fato é, pois, seus desejos, fantasias, seus desajustes os quais também fazem parte de sujeito em si, não aparecem no inter-jogo do social. Estão no inconsciente e atuam de modo autônomo. Há portanto o inconsciente e consciente presentes nessa dinâmica do "eu". O material que se apresenta socialmente, o papel que o sujeito apresenta diante da sociedade é o que Jung chama de "persona", e o aquilo que o sujeito "esconde" perante aos demais, mas que emergem sem o consentimento do "eu" consciente, Jung denominará de "sombra" - o material inconsciente da personalidade. Entre o inconsciente (sombra) e o consciente (persona) está o "eu" que de algum modo atua sem ao menos saber para lidar com o conflito interno entre a sombra e persona. Para ficar mais claro, vamos citar um exemplo, em relação ao nosso contexto cristão, existem pessoas que se dizem ser convertidas, e de fato demonstram padrões de santidade para os seus que convivem diariamente com ela, mas longe desse contexto, ela como que se "transformasse" numa outra pessoa; age diferente, e aí? A sombra se manifesta. A sombra pode ser vista como o aspecto perverso do sujeito, nela reside sua hostilidade, seus vícios, suas paixões - o sujeito despido. Quando essa pessoa volta para o contexto com os demais, desenvolve o seu papel - no palco da vida. Desenvolve uma personalidade de marido, mulher, esposo, pastor, diácono, crente, professor, médico, etc. Mas, longe sua sombra o persegue, é justamente quando ele é ele mesmo. Nem sempre a pessoa tem a devida noção disso. Ela fica até mesmo surpresa com algumas atitudes, por exemplo um homem de cinquenta anos que se apaixona por uma menina de dezenove anos. A proposta de Jung é pois, uma convergência, quando ele vai chamar de "processo de individuação". Este processo nada mais é que o confronto entre "persona" e "sombra" afim de que, nem uma e nem outra venha sufocar o "eu consciente" - quando isso acontece estamos diante de quadro mais complexo e então podemos falar de patologia. 

(Antonio José Cantarelli Pinto - CRP 06/50013-9 - Atende pastores e família de pastores na Convenção Batista Nacional toda sexta-feira - (11) 84211740)
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Consideração Positiva 


Rogers trouxe grande contribuição para a Psicologia no sentido de promoção do outro; acreditando no potencial que cada sujeito tem para descoberta de si e da solução dos mais diferentes problemas que os tenha que enfrentar. Na sua técnica "centrada na pessoa" desenvolve essa questão e o como deverá ser aplicada num processo de ajuda. A consideração positiva que se deve ter a respeito de quem procura a ajuda terapêutica é imprescindível para o resultado satisfatório da psicoterapia. Alguns conceitos como "empatia", "congruência" e "incongruência" são conceitos que ajudam de algum modo ampliar a visão de "ego" do sujeito por deveras embotado na sua visão por não perceber sua própria contradição. O sujeito vive um conflito constante, entre o que pensa e sua prática de vida. O sujeito "não é" ele mesmo, mas um produto daquilo que ele projetou pra si mesmo, ou que os outros projetaram pra ele. Eis, a mais absoluta incongruência. A incongruência se manifesta no cotidiano, em práticas até simples, entre o dizer, o fazer e a insanidade de não cumprir o que se dispôs. A congruência é pois, trazer o sujeito para dentro de sua própria existência de seu discurso. Perceber a discrepância entre o desejo, o ato de realizá-lo, o esperado e o contrário de fazê-lo é viver congruentemente. Quando o sujeito chega ao consultório, o papel do psicoterapeuta, não é dizer o que é certo e errado para esse sujeito, mas ser um facilitador para ampliar a visão de seu ego para perceber suas incongruências e procurar sê-lo mais congruentemente. O psicoterapeuta assume a técnica da consideração positiva e empática, se colocar no lugar do outro, ouvi-lo e senti-lo.

(Antonio José Cantarelli Pinto - CRP 06/50013-9 - Atende pastores e família de pastores na Convenção Batista Nacional toda sexta-feira - (11) 84211740)
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