sábado, 25 de maio de 2013

22. "A RESPONSABILIDADE DA NOSSA VOCAÇÃO"

0022/13 Lucas I Crônicas 13:7-10
"E levaram a arca de Deus, da casa de Abinadabe, sobre um carro novo; e Uzá e Aió guiavam o carro. E Davi e todo o Israel, alegraram-se perante Deus com todas as suas forças; com cânticos, e com harpas, e com saltérios, e com tamborins, e com címbalos, e com trombetas. E, chegando à eira de Quidom, estendeu Uzá a sua mão, para segurar a arca, porque os bois tropeçavam. Então se acendeu a ira do SENHOR contra Uzá, e o feriu, por ter estendido a sua mão à arca; e morreu ali perante Deus".
Mensagem: A vida espiritual de muita gente é muito parecida com este acontecimento na vida de Davi que com boa intenção quis trazer a arca do Senhor para Jerusalém. Mas, ele não se deu conta de que, ela não poderia ser transportada de qualquer jeito... Davi esqueceu do essencial, pois, somente os levitas poderiam carrega-la e transporta-la. Parecia ser algo tão simples, mas não era tão simples assim. Nisso, observamos a relação entre o rito e o sagrado, e a discrepância entre o divino e o humano, entre o santo e o profano. O rito era importante, pois, como instrumento de Deus, era a simbolização da seriedade, e da responsabilidade que o homem deveria tributar a Deus; era um meio pelo qual se conservava tradicionalmente nas mentes e nas almas dos crentes. Mas, o fato é que, o tempo em que Saul governou sobre Israel, a arca foi subtraída do meio do povo eleito; e o tempo de privação do contato direto com a arca, símbolo do sagrado, foi o suficiente para que esse dado, essencialmente importante fosse esquecido... Deus não quer ficar na periferia das nossas vidas. Deus quando fez o homem e colocou no paraíso terrestre foi com a finalidade de ter com ele uma relação de amizade; uma relação de amigos. Mas, o pecado, como ato de desobediência a Deus maculou, ou ofuscou aquilo que era para ser perfeito. Após a Queda, o homem só poderia desfrutar da presença de Deus por meio de elementos sagrados e do qual a arca é um desses elementos. Portanto, Davi, como homem de Deus, logo viu que a empreitada que estava nas suas mãos não poderia levar a cabo sem que a arca do Senhor ocupasse lugar no qual deveria estar. No curso do caminho os bois tropeçaram, e para que a arca não caísse, Uzá tocou-a como que para impedi-la que viesse ao chão... Ao dizer que esse fato lembra muito a espiritualidade de muitos crentes, é porque, não é surpresa e não poucas vezes, a espiritualidade de muitas pessoas passa por alternâncias, por momentos de altos e baixos; de sentimento de profunda derrota; esvai-se e cai; e lá se vai pelo chão os "uzas" de cada um de nós. Caímos, tropeçamos; pensamos em nos erguer, mas debalde, pois, o sentimento de morte é iminente. Mas, por que caímos, e por que nos sentimos derrotados? Porque assim como a arca estava sendo transportada de modo "profano", da mesma maneira, levamos nossa vida com Deus sem o devido cuidado de temor e de reverência. É preciso entender que a Arca continha os Dez Mandamentos, os códigos de uma vida com Deus; códigos que sintetizam o caráter de Deus, no qual pautamos a nossa identidade de filhos. Logo, podemos dizer que a arca, numa práxis de vida é muito mais que um símbolo; nela está a nossa própria identidade. Quando não zelamos por ela, esvai-se pela falta de sabedoria e até mesmo de bom senso, e cai-se no marasmo, na inércia, numa vida sem significado. O texto, seria absolutamente pessimista se não fosse a continuação do desenrolar dessa trajetória da arca. A arca foi levada para a casa de Obede-Edon e lá ficou por três meses...tempo suficiente para que Davi fizesse uma reflexão, uma reciclagem... Como a arca deveria ser conduzida? E finalmente, Davi tomou os devidos cuidados e organizou uma procissão afim de, finalmente trazer a arca, para Jerusalém, o lugar da morada de Deus. Louvado seja Deus...