domingo, 9 de dezembro de 2012

"ÁGUAS QUE DESCEM DO ALTAR"

109. “A igreja não é uma empresa, mas uma comunidade de redimidos” Pastor Antonio José de Souza Pinto proferida na EBD - São Paulo 09 de dezembro de 2012.
Texto bíblico: I Coríntios 6:15 – “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo”. O texto que vamos utilizar é este quando Paulo nos adverte quanto ao nosso corpo o qual não deve ser entregue a uma prostituta; pois, nele o Espírito Santo habita. Mas, não é sobre essa questão que quero neste momento discorrer, mas sim sobre a expressão de Paulo, “nossos corpos são membros de Cristo”. Poderia ter dito “membros da igreja”, mas disse membros do corpo de Cristo. Paulo I Coríntios 12:27 vai dizer que a igreja é o corpo, “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”. Paulo é absolutamente claro nessa colocação, “a igreja é o corpo de Cristo” sem dúvida, sendo assim a igreja, é, pois o Corpo de Cristo na terra. Eis, uma grande verdade, mas também um grande obstáculo, que, aliás, creio foi um dos maiores problemas da igreja, o qual resultou em divisões e contendas dentro da igreja. É, pois, separar a igreja corpo, como uma entidade divina e por outro lado uma entidade humana, uma tarefa difícil. A igreja perdeu ao longo dos tempos sua natureza divina para ser apenas uma associação de homens que professam uma fé. Essa separação; essa dicotomia trouxe prejuízos sim para a igreja e isso fez com que se caísse ao extremo, por um lado espiritualizar a igreja que diferente de espiritualidade, ou materializar a igreja, e a mesma ser vista como uma entidade humana desvinculada da sua transcendência. Espiritualizar a igreja acontece quando os líderes ou membros só conseguem contemplar a Deus a partir de seus sentimentos: “Deus me disse”, “Deus me falou”, “Deus manda dizer que...” “Deus está revelando isso”, etc., materializar é o contrário, “Deus não fala” é o homem que fala, ele diz o que deve ser feito, ele promove quem quer na igreja e destitui os outros; o pastor não é um sacerdote, mas um empresário do ramo igreja. Estabelecer a ponte de equilíbrio, entre o humano e o divino, é uma tarefa que não é tão fácil. É uma área tênue delicada. Como obra do Espírito a igreja deve ser dirigida pelo mesmo Espírito. Mas, como fará isso? Por meio dos homens os quais Deus os comissionou. Portanto, é preciso saber ao certo quem Deus comissionou, pois é dele a tarefa de ser o porta-voz de Deus na igreja; materializar eu diria é o aspecto jurídico da igreja, é o aspecto formal e organizacional, é necessário, uma vez que essa igreja espiritual é constituída de homens físicos, mas, a estrutura organizacional da igreja não pose se sobrepor a sua condição espiritual. Quando isso acontece, a igreja perde sua dimensão de céu e passa tão somente viver na terra como outra entidade humana. Os cristãos deixam de viver a essência do evangelho, para serem apenas depósitos de conceitos bíblicos e logo passa ser uma religião apenas, uma religião que não promove o céu na vida das pessoas, mas apenas costumes e tradições dogmáticas. Não é isso que Deus espera de sua igreja. O que ele espera, é que nós saibamos discernir e equilibrar essas duas realidades vitais da igreja; a igreja corpo de Cristo e igreja organização humana.