I Samuel 10,2-7. "Hoje, quando me deixares, encontrarás dois homens perto do túmulo de Raquel, nas divisas de Benjamim... e eles te dirão: 'Já encontraram as jumentas que foste procurar. O teu pai esqueceu o caso das jumentas, e está aflito por tua causa e diz: Que terá acontecido ao meu filho?' Adiante, ao chegares ao Carvalho do Tabor, encontrarás três homens que vão a Deus em Betel, um levando três cabritos, o outro três pães, o último um odre de vinho.Eles te saudarão e te oferecerão dois pães, que aceitarás.Chegarás, então, a Gabaá de Deus (onde está o governador dos filisteus) e acontecerá que, entrando na cidade, te defrontarás com um bando de profetas que vêm descendo do lugar alto, precedidos de harpas, tamborins, flautas, cítaras, e estarão em delírio. Então o espírito de Iahweh virá sobre ti, e entrarás em delírio com eles e te transformarás em outro homem".
Reflexão: Mais um texto da Palavra de Deus que tem muito para nos ajudar a pensar. A pergunta sempre é a mesma: o que isso quer dizer para nós hoje? Para a igreja, que tem como herança a fé herdada da tradição judaica? Logo me vem à mente, quando leio o texto acima, o ponto de partida de um ministério; no exemplo de Saul, os detalhes como tudo começa - segundo Samuel, Saul teria que ir até o túmulo de Raquel. Mas, porque o túmulo? Porque Raquel foi a mulher que deu origem a tribo de Benjamin da qual Saul também fazia parte; mas alem disso, era preciso que o seu reinado fosse estabelecido em cima de uma história; mas, qual história? A história de uma promessa. O reinado de Saul diferente dos demais reinos da época era fundamento em cima de uma promessa de Deus da qual a Raquel teve uma grande importância. Saul era muito jovem provavelmente; saiu pelas montanhas à procura das jumentas do pai, mas voltou como rei, o primeiro rei de Israel. E a narrativa de sua escolha é rica em detalhes, dentre esses, logo após o jantar com o profeta Samuel, Saul teria que prosseguir sua viagem e chegar ao túmulo de Raquel; lá ele iria encontrar dois homens que diriam a ele onde estava às jumentas do seu pai. Saul precisava, portanto, ir até o mútulo de Raquel; sim àquela que foi desprezada por Lia por ser estéril; mesmo assim era a mulher que mais Jacó amava. Morreu no parto quando teve Benjamim, tribo da qual pertencia o rei Saul. Mas, por que o túmulo? Quando Raquel morreu, Jacó deve ter sentido muito; ali estava a mulher que ele amava; e como recordação, ou marco do que ela representou para ele, erigiu um altar no seu túmulo. Naquele túmulo estava uma história que precisava ressuscitar, um novo momento para Israel, uma nação soberana, mas que, essa soberania não poderia vir do homem, mas a soberania de Deus sobre os homens. Mas, Saul estava longe de entender isso. Por outro lado, o túmulo assume uma particularidade, não se pode começar um ministério no que compreende a obra de Deus, sem que antes não morrermos para nós mesmos; fato que também Saul não poderia alcançar. Saul tinha todas as evidências de que Deus estava no comando, mas pouco adiantou, pelo visto. Deus providenciou tudo, desde o jantar, até mesmo as ofertas que viriam depois. Saul estava diante da grande tarefa de fazer o governo de Deus prevalecer na terra, até que esse governo fosse entregue a Cristo, a quem pertence de direito. A moral da história discernir o agir de Deus; perceber os pormenores do modo como Deus trabalha, quando o faz, o faz dentro de propósitos; ele providencia tudo para que o nosso ministério desponte, mas tudo tem o começo, morrer primeiro, quando morremos para nós enxergamos o valor do começo ao fim de uma história que Deus ajuda construir.