terça-feira, 17 de julho de 2012

"O Grito da Diferença"


43a Mensagem: 
Na multidão sou apenas um número. Não sou conhecido. 
Sou apenas um índice, uma estatística, um aglomerado. Não tenho nome. Sou um tudo e um nada. Não sou gente. Um miserável pedinte. Sou mais um cego. A multidão não é capaz de perceber e enxergar o óbvio. Quando "grito", meu grito ecoa como um incômodo e não sou ouvido como alguém na busca de ajuda. A multidão é cega tanto quanto, é curiosa, não obedece critério. É levada sem direção, é massificada, é uma massa que não pensa, mas se curva diante do que diz ser tudo, mas não é nada. A multidão faz calar, é empurrada, não "fala", ninguém escuta. O que há é um tremendo alvoroço. Eu estava lá. Mas insisti na minha "loucura", pois, sabia que na minha insistência eu estava dizendo que não sou manobrado, pela cultura da massa que se impõem pra fazer eu calar,  e acreditar que não há saída. Me mandam calar, mas insisto, nem que isso me custasse o ridículo. Quem eu era, um mendigo. Mendigar era a única coisa que sabia fazer, mas eu não era totalmente cego; e dei conta que mais cego era quem queria que eu silenciasse no meu mundinho de um pobre coitado. E foi na minha insistência que fui ouvido. Saí da massa. Eu acho que os céus pararam. A multidão parou e o mais surpreendente foi a lição que aprendi. Nada pode mudar se não houver um pedido claro, absolutamente claro de que preciso de ajuda. "Eu quero ver". Ele se identificou comigo assumiu minha miséria e me colocou no lugar de honra, pois de cego e excluído passei a fazer parte. Aprendi que com a multidão eu era um número, mas com ele, ele me fez ser Pessoa.  Aí  passei a enxergar; pudi vê que eu estava diante do meu maravilhoso mestre - Jesus de Nazaré, Filho de Davi...
(Mensagem extraída da pregação do Antonio José - pastor - hoje dia 15 de janeiro de 2012 baseada no texto de Marcos  10.46-52 - O cego Bartimeu).