87a Mensagem: Restaurando a Honra da Igreja - (devocional pessoal do Pastor Antonio em 29 de Julho de 2012 - ano do Senhor na cidade de Manaus...Texto: Juízes 19)
"Eu estou diante de um dos textos mais difícil à minha modesta hermenêutica... Se é que a tenho. Não sei o que diriam os teólogos liberais a respeito disso. Trata-se de um texto de caráter histórico, ou de caráter poético, ou quem sabe uma alegoria, um conto dos antigos?... Estou certo da natureza emblemática, isso sim, é o que o texto apresenta, uma história emblemática. Eu na minha meditação ousei contrariar todos os princípios hermenêuticos e me apoiar no significado, e na medida em que mergulho no significado, me vejo obrigado admitir que essa história tem um caráter além de emblemático, um caráter normativo, ou melhor, algo, alguma coisa ele quer nos dizer... Mas, o que? O que quer dizer isso?... Muita coisa, estou certo, muita coisa. Pensar este texto sem olhar para igreja, é como olhar para cruz sem saber o que esta representa. O texto começa relatando uma difícil realidade, 'não havendo rei em Israel, cada um fazia o que bem lhe parecia'... Só daqui já podemos tirar uma lição de vida... E qual? O governo e autoridade são necessários, pois os mesmos, pelo visto mantém uma ordem que vise o bem comum; é necessário pois, a ordem converge a controvérsia para o comum; é necessária pois, estabelece o equilíbrio no meio do caos... Isso tanto se aplica na minha vida pessoal, como na vida da igreja dos nossos dias. Eu enquanto homem, dividido estou entre o bem e o mal, entre o certo e errado, preciso de uma autoridade interna que me diga "basta" quando a necessidade me obriga a isso, ou que me diga faça isso, quando se tem que realmente fazer. Mas, em se tratando de igreja como expressão do governo de Deus na terra, também precisa de um comando, o contrário, na privação deste, a igreja deixa de ser governo de Deus para ser uma anarquia humana.
Não havendo rei em Israel, eu diria é enunciado principal deste texto, a saber um levita perambulava entre as cidades e tomou para concubina uma mulher de Belém de Judá... Mas ela se cansou dele, se desgostou dele, talvez... Parece que, os fatos, a saber, um levita andando de cidade em cidade, e uma mulher que se cansou do marido, estava relacionado ao fato de Israel não ter um governo... Israel sem direção e sem comando. A mulher se cansa... Ela volta para a casa de seu pai... Mas o marido apaixonado resolve, junto com o seu moço ir atrás dela... Esta os recebe e convida-os para entrar na casa do pai... Este os recebe com alegria. O marido resolve levar a esposa de volta. O sogro os deteve, pediu que que ficassem mais uma noite, se fortalecessem comendo um bocado de pão. Isso se repetiu por duas vezes, no quinto dia, o casal resolveu partir... Foram, mas chegaram em Jebus e depois foram para Gibeá, cidade dos benjamitas... Ficaram na praça da cidade, pois não havia lugar para eles... Mas, de repente aparece um ancião de Efraim indagando sobre o que o casal estava fazendo...Curioso, o que levita disse ao ancião, 'estou indo para a Casa do Senhor, e ninguém me acolheu em sua casa'. O levita que era acolhido por Deus, que fazia de Deus sua morada, não encontrava morada entre os próprios irmãos benjamitas...Mas aquele ancião fez diferente deu-lhe acolhida e fez o que era de costume, deu-lhe uma boa hospitalidade e lavaram-no os pés. Mas enquanto eles se alegravam, os filhos de Belial vão até a casa do ancião, pedem que o levita saia de dentro da casa, pois eles queriam abusa-lo sexualmente... O ato seria além de uma ação abominável, seria uma agressão à honra do servo de Deus, do levita. Os benjamitas estavam cometendo duas infâmias, de um lado a falta de hospitalidade; foi preciso que um efraimita acolhesse, e como que aquilo não bastasse, eles ainda queriam abusar do levita... Sob um olhar messiânico, é fato concluir dessa intrigada narrativa... Há dois grupos de pessoas, um grupo composto pelos homens de boa vontade que acolhe a Cristo, se alegra com ele, dão-lhe boa acolhida, lava-os os pés como sinal de total submissão... Mas concomitante há outro grupo que nem acolhe e ainda tenta abusar, adulterar, abominar o nome de Cristo... Os benjamitas tinham o dever de acolher aquele levita, mas faltaram no elementar e além disso queriam abusa-lo sexualmente... Contudo, ninguém pode tocar no levita... O ancião ofereceu a própria filha e até mesmo a mulher do levita... E àquele grupo de homens crués ficaram com a mulher e dela abusaram a noite toda... Mais uma lição de vida, sob o olhar cristológico... Cristo é poupado, assim como o filho da mulher do Apocalipse 12... Ninguém pode tocar em Cristo, mas na esposa, a igreja, sim... Assim como aqueles benjamitas abusaram da mulher, assim alguns homens que se dizem seguidores de Cristo abusam da igreja de Jesus Cristo... Abusam da igreja... Violentam a igreja...
"Eu estou diante de um dos textos mais difícil à minha modesta hermenêutica... Se é que a tenho. Não sei o que diriam os teólogos liberais a respeito disso. Trata-se de um texto de caráter histórico, ou de caráter poético, ou quem sabe uma alegoria, um conto dos antigos?... Estou certo da natureza emblemática, isso sim, é o que o texto apresenta, uma história emblemática. Eu na minha meditação ousei contrariar todos os princípios hermenêuticos e me apoiar no significado, e na medida em que mergulho no significado, me vejo obrigado admitir que essa história tem um caráter além de emblemático, um caráter normativo, ou melhor, algo, alguma coisa ele quer nos dizer... Mas, o que? O que quer dizer isso?... Muita coisa, estou certo, muita coisa. Pensar este texto sem olhar para igreja, é como olhar para cruz sem saber o que esta representa. O texto começa relatando uma difícil realidade, 'não havendo rei em Israel, cada um fazia o que bem lhe parecia'... Só daqui já podemos tirar uma lição de vida... E qual? O governo e autoridade são necessários, pois os mesmos, pelo visto mantém uma ordem que vise o bem comum; é necessário pois, a ordem converge a controvérsia para o comum; é necessária pois, estabelece o equilíbrio no meio do caos... Isso tanto se aplica na minha vida pessoal, como na vida da igreja dos nossos dias. Eu enquanto homem, dividido estou entre o bem e o mal, entre o certo e errado, preciso de uma autoridade interna que me diga "basta" quando a necessidade me obriga a isso, ou que me diga faça isso, quando se tem que realmente fazer. Mas, em se tratando de igreja como expressão do governo de Deus na terra, também precisa de um comando, o contrário, na privação deste, a igreja deixa de ser governo de Deus para ser uma anarquia humana.
Não havendo rei em Israel, eu diria é enunciado principal deste texto, a saber um levita perambulava entre as cidades e tomou para concubina uma mulher de Belém de Judá... Mas ela se cansou dele, se desgostou dele, talvez... Parece que, os fatos, a saber, um levita andando de cidade em cidade, e uma mulher que se cansou do marido, estava relacionado ao fato de Israel não ter um governo... Israel sem direção e sem comando. A mulher se cansa... Ela volta para a casa de seu pai... Mas o marido apaixonado resolve, junto com o seu moço ir atrás dela... Esta os recebe e convida-os para entrar na casa do pai... Este os recebe com alegria. O marido resolve levar a esposa de volta. O sogro os deteve, pediu que que ficassem mais uma noite, se fortalecessem comendo um bocado de pão. Isso se repetiu por duas vezes, no quinto dia, o casal resolveu partir... Foram, mas chegaram em Jebus e depois foram para Gibeá, cidade dos benjamitas... Ficaram na praça da cidade, pois não havia lugar para eles... Mas, de repente aparece um ancião de Efraim indagando sobre o que o casal estava fazendo...Curioso, o que levita disse ao ancião, 'estou indo para a Casa do Senhor, e ninguém me acolheu em sua casa'. O levita que era acolhido por Deus, que fazia de Deus sua morada, não encontrava morada entre os próprios irmãos benjamitas...Mas aquele ancião fez diferente deu-lhe acolhida e fez o que era de costume, deu-lhe uma boa hospitalidade e lavaram-no os pés. Mas enquanto eles se alegravam, os filhos de Belial vão até a casa do ancião, pedem que o levita saia de dentro da casa, pois eles queriam abusa-lo sexualmente... O ato seria além de uma ação abominável, seria uma agressão à honra do servo de Deus, do levita. Os benjamitas estavam cometendo duas infâmias, de um lado a falta de hospitalidade; foi preciso que um efraimita acolhesse, e como que aquilo não bastasse, eles ainda queriam abusar do levita... Sob um olhar messiânico, é fato concluir dessa intrigada narrativa... Há dois grupos de pessoas, um grupo composto pelos homens de boa vontade que acolhe a Cristo, se alegra com ele, dão-lhe boa acolhida, lava-os os pés como sinal de total submissão... Mas concomitante há outro grupo que nem acolhe e ainda tenta abusar, adulterar, abominar o nome de Cristo... Os benjamitas tinham o dever de acolher aquele levita, mas faltaram no elementar e além disso queriam abusa-lo sexualmente... Contudo, ninguém pode tocar no levita... O ancião ofereceu a própria filha e até mesmo a mulher do levita... E àquele grupo de homens crués ficaram com a mulher e dela abusaram a noite toda... Mais uma lição de vida, sob o olhar cristológico... Cristo é poupado, assim como o filho da mulher do Apocalipse 12... Ninguém pode tocar em Cristo, mas na esposa, a igreja, sim... Assim como aqueles benjamitas abusaram da mulher, assim alguns homens que se dizem seguidores de Cristo abusam da igreja de Jesus Cristo... Abusam da igreja... Violentam a igreja...
- Com falsas esperanças...
- Quando se colocam no lugar de profetas, quando Deus não os levantou...
- Quando se dizem detentores da verdade, mas pregam mentiras...
- Quando matam a graça em nome de um legalismo...
- Quando pregam santidade e nutrem pecados...
- Quando manipulam a fé para benefícios próprios, egoístas e mesquinhos...
- Quando confundem humildade com falsa humildade, honra com presunção...
- Quando confundem unção com retórica...
- Quando adulteram a palavra com ideias mirabolantes...
- Quando confundem igreja dos remidos como uma empresa e grandes negócios...
- Obs.: Esta meditação não é para leigos e sim, para líderes como eu que estou diante de um rebanho que não é meu...
A mulher do levita morreu... E ele a colocou em cima da sua jumenta e foi para sua cidade, chegando, lá repartiu a mulher em doze pedaços e distribuiu às doze tribos de Israel. Essa atitude tinha uma finalidade, provocar uma comoção nacional a respeito da condição moral e espiritual que Israel se encontrava. Foi uma atitude bizarra e macabra, mas com certeza estava associada ao fato de que 'não havendo rei em Israel cada fazia o que bem lhe parecesse'. O objetivo causou um sentimento nas demais tribos, de justiça e até de vingança, pois, todos se sentiram no direito de fazerem justiça, pois, o pecado deveria ser pago com a morte, e os filhos de Benjamim precisavam morrer para que o dano fosse reparado. Os filhos de Benjamim se recusaram em apontar os culpados, e os filhos de Israel se posicionaram e declararam guerra aos benjamitas. Mas, antes vão ao Senhor, de manhã até à tarde pedem a direção do Senhor, 'quem subiria primeiro a lutar' ao que o Senhor respondeu - 'Judá subirá'.... Do lado dos filhos de Israel havia um exército de 400 mil homens e do lado de lá um exército de 26 mil homens. Qual foi a surpresa, que não esperavam? Os benjamitas venceram a primeira batalha matando pelo menos 18 mil homens... Israel ficou desolado... E agora? Se organizaram e de novo oraram ao Senhor se depois daquela perda ainda, mesmo assim eles deveriam lutar contra os benjamitas, ao que o Senhor respondeu subam... Subiram e então sofreram mais perdas destas vez foram 22 mil homens mortos... No total 40 mil homens... Estamos diante de uma situação que merece nossa atenção... Não podemos perder nunca de vista que o povo sem rei fazia o que bem entendia. Mas, pelo visto, e isso é fato, o povo continuava falando com Deus e Deus respondia. Deus mandava. Ora, meus amados, mas se pergunta 'que Deus é esse que ordena a batalha para que se perda?... Mais uma lição surpreendente. Não entendemos o modo como Deus age, mas ele age. É difícil entender... Existem coisas que fogem à nossa compreensão, por exemplo, como entender que um chip de memória de um celular é capaz de armazenar tantas informações? Quem entende?... Mas se eu me dispor a entender, provavelmente eu venha saber... Mas, em relação ao modo de Deus agir, não há como, pois, por mais que eu queira entender não chegarei a conclusão alguma, mesmo que eu estude quatro anos de teologia, mesmo que eu faça um curso de pós graduação e saia com o título de doutor em divindade, eu não saberei entender o modo de Deus agir. Não queiramos, pois, entender o modo de Deus agir... No entanto o que nos cabe, o que nos compete fazê-lo, então? Nada! Apenas que creiamos que ele está agindo...
Finalmente, o povo novamente consulta ao Senhor e Deus responde que sim, pois, desta vez daria a esperada vitória. É impressionante a maneira da ação de Deus. Deus não está alheio aos fatos desse povo, mas interage sempre, e isso nem sempre é levado em conta... Deus age e isso o sabemos, mas de acordo com o relato, os homens precisavam fazer sua parte... E assim, prepararam uma emboscada de atrair o povo para fora da cidade de Gibeá. E na medida em que eles fossem fazendo isso, outro grupo deveria entrar na cidade e incendiá-la. Os benjamitas estavam confiantes, mas não se deram conta da cilada. A estratégia deu certo e a batalha finalmente foi renhida...
Mas, o que aprender com tudo isso? Há alguma lição prática de tudo isso?... Desde que o texto fora mantido como inspirado por Deus, não poderá ser desprezado. Se, integrado no contexto da pedagogia de Deus, a conclusão é a honra, a dignidade tem um preço árdua. Os filhos de Israel precisavam entender que, não se tratava de uma vingança. A vingança é produto do ódio... Deus não compactua com esse sentimento pecaminoso, mas a justiça sim, a justiça no Antigo Testamento implicava na morte ser paga com a morte... Mas, traduzindo para nós, hoje, muda-se a metodologia, mas o sentimento de lutar pela dignidade tem um preço caro, e se tratando de igreja, a sua dignidade só será restaurada, desde que esteja disposta a se 'pagar' o preço. Considerando que Judá foi a primeira tribo a subir para lutar... Considerando o significado do 'Judá' o mesmo que 'louvor'... Logo, a guerra deixa de ser de caráter humano ou convencional para ser uma guerra de caráter moral e espiritual... O louvor e os dez por cento de tudo o que temos devem subir primeiro nessa guerra, pois, é através dessa entrega que, temos que admitir que somos dependentes de Deus e precisamos de Deus e somos submissos a Deus. Precisamos reconhecer isso, não apenas com palavras, mas com atitude... Atitude de louva-lo não se importando com as circunstâncias e continuar se doando; é uma doação na qual esperamos a provisão divina. A vitória só será possível na medida em que nos doamos a Deus; doar-se a Deus é ter que admitir que sem ele, nós não somos nada...
Continuando o episódio, o interessante é o sentimento do qual foram cometidos... Destruíram toda uma tribo de Benjamim, e agora? O remorso chegou aos filhos de Israel por terem eliminado os filhos de Benjamim e terem jurados de que não dariam suas filhas a nenhum dos homens benjamitas que sobreviveram. Mas, os filhos de Israel para tentarem resolver o impasse do remorso, perguntaram qual das tribos que não fora à luta, pois estaria livre do juramento. A tribo da região de Jabes-Gileade. Então, os filhos de Israel saíram a encontro de Jabes_Gileade, mataram a todos, mas pouparam 400 virgens... Essas virgens foram dadas aos filhos de Benjamim para se casarem e assim manterem a herança da tribo... Essas virgens não foram o suficiente... E então os filhos de Israel, julgaram que na ocasião da festa anual, os benjamitas viessem e raptassem as moças virgens tanto quanto fossem necessárias. Feito isso, os filhos de Israel se queixaram e a explicação foi dada - se fizeram isso, foi para que os benjamitas continuassem sua herança na terra... O capítulo termina, com a expressão que traduz e justifica toda a narrativa, 'não havendo rei em Israel cada um fazia o que bem entendia'... Observem que um erro leva a outro. Os filhos de Israel ao mesmo tempo que matavam se arrependiam... Procuram dar o jeito deles para fazer com que a tribo de Benjamim não fosse toda dissipada e continuasse a existir... Quando não se tem um comando, as precipitações são constantes... Pecamos por conta das precipitações. Os filhos de Benjamim ao mesmo tempo em que consultavam a Deus, também o subestimavam, pois mataram os filhos de Benjamim e foram tomados por um sentimento de remorso. Não consultaram ao Senhor o que fazer com isso, com esse sentimento... O texto não aponta para quem dava as ordens? O texto não aponta um nome, pois não o tinha... Era um parecer de quem? Não sabemos! Não havia um comando... Ora, mas se consultavam a Deus, porque não deixar que ele faça o que bem lhe parece em relação à tribo? Os filhos de Israel novamente, vão procurar dar o seu 'jeitinho'. Podemos concluir essa história e tirarmos em síntese essas lições:
Quando me deparo com esse texto, vejo o desafio a enfrentar: a importância da igreja, o papel da igreja, sua lutas e derrotas, suas alegrias e dores, e eu enquanto filho espero poupa-la de mais sofrimento. Quem ler estes três últimos capítulos de Juízes com temor fará de tudo para respeitar a igreja e poupá-la ao máximo de vergonha.
Finalmente, o povo novamente consulta ao Senhor e Deus responde que sim, pois, desta vez daria a esperada vitória. É impressionante a maneira da ação de Deus. Deus não está alheio aos fatos desse povo, mas interage sempre, e isso nem sempre é levado em conta... Deus age e isso o sabemos, mas de acordo com o relato, os homens precisavam fazer sua parte... E assim, prepararam uma emboscada de atrair o povo para fora da cidade de Gibeá. E na medida em que eles fossem fazendo isso, outro grupo deveria entrar na cidade e incendiá-la. Os benjamitas estavam confiantes, mas não se deram conta da cilada. A estratégia deu certo e a batalha finalmente foi renhida...
Mas, o que aprender com tudo isso? Há alguma lição prática de tudo isso?... Desde que o texto fora mantido como inspirado por Deus, não poderá ser desprezado. Se, integrado no contexto da pedagogia de Deus, a conclusão é a honra, a dignidade tem um preço árdua. Os filhos de Israel precisavam entender que, não se tratava de uma vingança. A vingança é produto do ódio... Deus não compactua com esse sentimento pecaminoso, mas a justiça sim, a justiça no Antigo Testamento implicava na morte ser paga com a morte... Mas, traduzindo para nós, hoje, muda-se a metodologia, mas o sentimento de lutar pela dignidade tem um preço caro, e se tratando de igreja, a sua dignidade só será restaurada, desde que esteja disposta a se 'pagar' o preço. Considerando que Judá foi a primeira tribo a subir para lutar... Considerando o significado do 'Judá' o mesmo que 'louvor'... Logo, a guerra deixa de ser de caráter humano ou convencional para ser uma guerra de caráter moral e espiritual... O louvor e os dez por cento de tudo o que temos devem subir primeiro nessa guerra, pois, é através dessa entrega que, temos que admitir que somos dependentes de Deus e precisamos de Deus e somos submissos a Deus. Precisamos reconhecer isso, não apenas com palavras, mas com atitude... Atitude de louva-lo não se importando com as circunstâncias e continuar se doando; é uma doação na qual esperamos a provisão divina. A vitória só será possível na medida em que nos doamos a Deus; doar-se a Deus é ter que admitir que sem ele, nós não somos nada...
Continuando o episódio, o interessante é o sentimento do qual foram cometidos... Destruíram toda uma tribo de Benjamim, e agora? O remorso chegou aos filhos de Israel por terem eliminado os filhos de Benjamim e terem jurados de que não dariam suas filhas a nenhum dos homens benjamitas que sobreviveram. Mas, os filhos de Israel para tentarem resolver o impasse do remorso, perguntaram qual das tribos que não fora à luta, pois estaria livre do juramento. A tribo da região de Jabes-Gileade. Então, os filhos de Israel saíram a encontro de Jabes_Gileade, mataram a todos, mas pouparam 400 virgens... Essas virgens foram dadas aos filhos de Benjamim para se casarem e assim manterem a herança da tribo... Essas virgens não foram o suficiente... E então os filhos de Israel, julgaram que na ocasião da festa anual, os benjamitas viessem e raptassem as moças virgens tanto quanto fossem necessárias. Feito isso, os filhos de Israel se queixaram e a explicação foi dada - se fizeram isso, foi para que os benjamitas continuassem sua herança na terra... O capítulo termina, com a expressão que traduz e justifica toda a narrativa, 'não havendo rei em Israel cada um fazia o que bem entendia'... Observem que um erro leva a outro. Os filhos de Israel ao mesmo tempo que matavam se arrependiam... Procuram dar o jeito deles para fazer com que a tribo de Benjamim não fosse toda dissipada e continuasse a existir... Quando não se tem um comando, as precipitações são constantes... Pecamos por conta das precipitações. Os filhos de Benjamim ao mesmo tempo em que consultavam a Deus, também o subestimavam, pois mataram os filhos de Benjamim e foram tomados por um sentimento de remorso. Não consultaram ao Senhor o que fazer com isso, com esse sentimento... O texto não aponta para quem dava as ordens? O texto não aponta um nome, pois não o tinha... Era um parecer de quem? Não sabemos! Não havia um comando... Ora, mas se consultavam a Deus, porque não deixar que ele faça o que bem lhe parece em relação à tribo? Os filhos de Israel novamente, vão procurar dar o seu 'jeitinho'. Podemos concluir essa história e tirarmos em síntese essas lições:
- A autoridade é necessária, tanto de modo pessoal como no contexto igreja, o contrário, fazer o que bem parecer poderá ser desastroso.
- Jesus Cristo o nosso Sumo Pastor não pode ser tocado, mas a igreja sim. A igreja é agredida por falsos líderes e falsos crentes, com engodo e com uma espiritualidade falsa.
- A igreja vem sofrendo ao longo de sua história várias ofensas. Na idade média se aliou ao Estado Romano. O perdão foi algo negociado. Hoje não é muito diferente. A adulteração da igreja tem outras faces.
- A batalha dos verdadeiros seguidores de Cristo é fazer valer a honra da esposa de Cristo. E para dignificar a igreja, honrá-la é preciso que se pague o preço do louvor que deverá subir primeiro e os dez por cento como sinal da nossa dependência de Deus.
- Resgatar o governo da igreja. Um governo saudável que expresse a vontade de Deus e assim ninguém mais vai faze o que bem lhe parecer, mas sim fazer o que Deus quer...
Quando me deparo com esse texto, vejo o desafio a enfrentar: a importância da igreja, o papel da igreja, sua lutas e derrotas, suas alegrias e dores, e eu enquanto filho espero poupa-la de mais sofrimento. Quem ler estes três últimos capítulos de Juízes com temor fará de tudo para respeitar a igreja e poupá-la ao máximo de vergonha.