terça-feira, 17 de julho de 2012

“Princípios que Norteiam a Igreja"


33ª. Mensagem: No primeiro sermão de Jesus registrado por Mateus, ele nos ensina sobre o que espera da  sua nova comunidade, a sua nova família. Para Jesus, os ensinamentos de Moisés não estavam obsoletos, pelo contrário, precisavam ser resgatados e ampliados. Então os apliquei da seguinte maneira pensando sobre a igreja – o novo povo de Deus. No sermão das bem-aventuranças podemos dividir os ensinamentos de Jesus em três momentos, olhando sobre o ponto de vista da sua igreja: A) Os valores dessa nova Igreja. B) O caráter dessa Igreja e C) E a missão da Igreja.
Os valores da Igreja. Os judeus, povo escolhido de Deus, diferente de todas as outras nações adquiriram, ou aprenderam com Moisés e os profetas alguns valores que iriam fazer parte de sua identidade como povo de Deus. Mas, muitos desses judeus usaram desses valores de modo negativo e ruim, aquilo que poderia ser bênção acabou de algum modo vivido distorcidamente. Ele começa a mudar a concepção a partir do que é ser feliz? O que significa ser uma pessoa abençoada?  Vejam uma coisa! Jesus começa dizendo que aos felizes pertencem ao reino dos céus. E a felicidade na visão de Jesus é diferente da felicidade daquilo que pensamos. Mas uma coisa é preciso entender – a felicidade humanamente falando num mundo tão distante de Deus é impossível, mas é possível sim, sob outro olhar, o olhar da esperança, da recompensa que nos aguarda quando vivermos os valores que, para um mundo tão corrupto como esse dos viventes, possa parecer uma idiotice.
Felizes os humildade de coração. Porque esses são capazes de reconhecerem suas limitações, suas contradições são capazes de serem tratados e curados. Provavelmente, Jesus estava indo de encontro com arrogância religiosa dos judeus que se julgavam melhores que os outros e discriminavam aqueles que não faziam parte de sua tribo. A esses cuja humildade domina a arrogância, a falta de bom senso, a estes sim terão o direito d e usufruírem do reino dos céus.
Felizes os que choram... Muitas são as lágrimas derramadas ao longo da vida. Choramos no dia do nosso nascimento... E choramos quando perdemos, quando os sonhos não são alcançados, quando somos abandonados, mas o choro que mais comove o coração de Deus é o choro de nós estarmos distante de Deus pelo pecado.  Quando choramos porque ofendemos a Deus, ele mesmo se encarrega de nos confortar e consolar. Quem chora o pecado recebe o conforto de Deus, assim sendo, outras lágrimas da vida que jorramos, ele com certeza não deixará de enxugar e nos confortar o coração.
Felizes os mansos de coração... Ser manso na vida quando somos a desafiados por tantos dissabores... Não é uma tarefa fácil, pois a na medida em que somos afrontados, é da natureza humana, reage consoante a afronta. Ser manso parece não soar muito bem, pois dá uma impressão de covardia e fraco de espírito. Mas mansidão é o mesmo que ser humilde e ser equilibrado. Quando o descontrole emocional toma conta do nosso coração perdemos a herança da terra, da estabilidade, da estrutura. Nunca chegaremos lá... Na terra! Na terra que Deus nos tem prometido. A terra como sinônimo de base começa com base emocional que devemos conquistar.
Felizes os que têm fome e sede de justiça. Num mundo tão corrompido de pecado, a justiça é uma justiça corrupta. Isso é a mais absurda contradição! Mas, o fato é que, as leis são injustas, pois muitas são voltadas para privilegiar e defender alguns grupos. Quando meditamos na Palavra de Deus, vemos o quanto vivemos num mundo injusto corrupto, num mundo no qual quem prevalece é quem tem mais, quem pode mais... Não podemos ficar indiferentes, se não lutarmos, pelo menos o senso de justiça daquilo que de fato é justo deve incomodar os nossos anseios e corações. As injustiças humanas nos encorajam continuar indo na direção de uma justiça absoluta. Mas, é preciso sermos mais práticos, a justiça faz parte da essência de Deus. Ter fome e sede de justiça é ter fome de Deus. Eis um conceito pleno de felicidade, ser saciado de Deus, estes um dia serão absolutamente satisfeitos.
Felizes os misericordiosos... Quando temos sede de Deus, seremos misericordiosos, pois a misericórdia é o resultado prático da sua justiça. Jesus é própria misericórdia de Deus. Ser misericordioso é ser essencialmente cristão, é o selo de uma identidade cristão, pois nela está o perdão e graça divina. A misericórdia não é um atributo humano, pois o homem essencialmente corrupto tem dentro de si o senso de vingança, de retribuir na medida da ofensa; é um sujeito que deprecia; um sujeito que cobra, mas cobra com juros altíssimos, e se possível destrói o outro em nome da ganância e do egoísmo. Ser misericordioso é ser sensível, é sem empático, é altruísta, é ser complacente. Quem exercita esse atributo divino vai experimentar a misericórdia do amor de Deus. Da graça de Deus, do perdão de Deus.
Felizes os puros de coração. Levamos a vida de acordo com aquilo que está nos nossos sentimentos e emoções. Às vezes julgamos de acordo com esse critério. E tudo em volta da gente passa a ser “sujo” porque as nossas emoções e sentimentos estão feridos e passamos pela vida sofrendo. Tudo é tão nebuloso e confuso. Pecamos! Fazemos juízos temerários, nos tornamos críticos e até preconceituosos, tudo por conta de ter um coração – o núcleo da emoção marcado por feridas ocultas, as quais aos longos anos da existência foram se acumulando. A vida é muito mais feliz para aqueles curados da alma, de feridas e de mágoas. A pureza está muito relacionada com o próprio Deus, pois, somente ele é o ÚNICO SER PURO. Portanto, ser puro de coração é ter um coração santo e irrepreensível; sem santidade, diz o livro de Hebreus - ninguém verá o Senhor. Os puros de coração verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque estes sim são filhos de Deus. Mais adiante Jesus num dos seus discursos  vai dizer que Ele tem a paz verdadeira, uma paz diferente de tudo o que o mundo pode oferecer, e ainda ao comissionar seus discípulos, ele mesmo os adverte a serem promotores da paz. Por isso, a felicidade não um bem estar em si mesmo, mas um bem estar que vai além dos nossos limites, além de nós mesmos. Somos portadores de algo, que traduz ausência de guerra e de conflito. Os filhos de Deus trazem uma marca no seu caráter: promover a paz no meu da guerra e dos conflitos humanos.
Felizes os perseguidos pela causa de Cristo. Os valores do céu, da nova comunidade que, no Pentecostes vai ser conhecida como “comunidade cristã”, vão à contramão daquilo que uma sociedade tão materialista e pragmática acredita. Ser uma comunidade justa e lutar pela justiça. A justiça aqui não é apenas no seu sentido individual, mas social e coletivo. Ser justo é lutar pela justiça, é estar acima daquilo que deverá ser bom para a pessoa enquanto indivíduo, ser justo deve levar em conta a coletividade.